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A poesia é liberta, não tem senhores; é sozinha, ao mesmo tempo multidão. Seu canal é o poeta, por onde passa, arrastando veias, fígado, mãos, olhos, coração.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

À FLOR DA PELE



À flor da pele, desceu a ladeira.
A chuva interrompia o trânsito.
Os olhos d’água
e o rosto incógnito
dissolviam-se na paisagem cinza.
O coração arrancado estancava no frio.

Estava diluído em si.

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