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A poesia é liberta, não tem senhores; é sozinha, ao mesmo tempo multidão. Seu canal é o poeta, por onde passa, arrastando veias, fígado, mãos, olhos, coração.

sábado, 9 de julho de 2011

POEMAS DE GAVETA

Nada chegou de um dia para o outro
sem antes me tirar o sorriso.

***

Digamos que eu te encontrasse num mundo onde não houvesem as desculpas que tenho amontoado e que esse monte de mentiras e verdades existissem como a passagem do vento, do cheiro, da memória de um tempo grudado no canto silencoso da saudade.
Digamos que tudo não passasse de uma farsa e eu tomasse a coragem de te convidar para ver a varanda que criei para te namorar.

***

Ébano vinho
por onde navego
e me encanto
e me entrelaço
nas horas miúdas
em que me junto
e comungo
e aos beijos me lanço
para dormir noutros braços
como se amar
fosse o último segundo
o primeiro desejo
o primeiro sorriso
o primeiro soluço.

***

Confissões secretas
descem à Ribeira
e se afogam
no Cais do Porto
onde tremula a bandeira
o morto.

Diásporas velhas
que se confundem
entre peixes e pombos
n'alma serpente
que chicoteia o mangue,
o horto.

Malogrado desvelo...
Bilhete de escombros!!!

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