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A poesia é liberta, não tem senhores; é sozinha, ao mesmo tempo multidão. Seu canal é o poeta, por onde passa, arrastando veias, fígado, mãos, olhos, coração.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

ESPARSO, 1997

Ter a poesia
é possuir um vulcão adormecido.
A qualquer hora
pode entrar em erupção.
(pág. 13)

Ser poeta é sugar do mundo
a essência
das madrugadas frias,
silenciosas;
ser canal de rio, ao sol,
ao deserto;
caminhar entre pedras,
estradas longas;
seguir a lua,
observar a rua: crua.
(pág. 15)

Tirar poesia da própria poesia
é sugar impiedosamente.
A poesia é entranha ardente
criada à luz da mente.
É a confissão no silêncio,
o ofertório, os joelhos de sempre.
(pág. 17)

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