PERFIL

Minha foto
A poesia é liberta, não tem senhores; é sozinha, ao mesmo tempo multidão. Seu canal é o poeta, por onde passa, arrastando veias, fígado, mãos, olhos, coração.

domingo, 25 de dezembro de 2011

NATAL COMO EU TE AMO, COMO EU TE AMO NATAL

UMA CIDADE BANHADA PELO SOL CELEBRA 412 ANOS

Por Paulo Jorge Dumaresq

Para o baiano Caetano Veloso, Natal é o “diamante do Nordeste”. Na expressão de Câmara Cascudo, a “noiva do sol”. À parte os epítetos lisonjeiros, a quatrocentona cidade dos Reis Magos veste-se de luz, magia e beleza para celebrar 412 anos vividos intensamente. Praias, dunas, sol, pau-brasil e riquezas naturais outras cativaram franceses, portugueses e holandeses que, pela abastança, encanto e estratégia do território natalense, travaram batalhas renhidas pela posse do sítio, mais do que prometia a bravura humana.



Mangabas, cajus “virgulados de castanhas” e jabuticabas adoçaram o paladar dos colonizadores. Europeus sentiram o sabor atlântico de ciobas, tainhas e xaréus agasalhados de farinha. Ouviram, ainda, o canto do azulão e da craúna no Parque das Dunas, nosso “pulmão” natural. Aqui, portugueses ergueram uma fortaleza, fundaram uma cidade e edificaram igrejas para propagar sua fé cristã.

Do solo natalense, brotaram artistas e homens de letras que dignificaram a nossa cultura. Eruditos do lastro de Luís da Câmara Cascudo e Américo de Oliveira Costa fizeram a estrela de Natal brilhar mais intensamente na constelação da literatura.
"Rio Grande do Norte,/ capital Natal;/ em cada esquina um poeta,/ em cada rua um jornal", dizia a quadrinha do início do século 20. Não é por acaso que a cidade presépio se destaca no panorama poético-literário do país ao gerar talentos da estatura de Jorge Fernandes e Luís Carlos Guimarães, e adotar como suas as poetisas Zila Mamede e Myriam Coeli. Nos dias de hoje, ganham vulto os versos de Marize Castro, Iracema Macedo e Carmen Vasconcelos.

Natal apresenta com orgulho suas manifestações folclórico-culturais traduzidas na tradição dos Congos de Calçola, da Vila de Ponta Negra; do Boi de Reis, de Manoel Marinheiro; e da Sociedade Araruna de Danças Antigas e Semi-Desaparecidas, fundada pelo saudoso Cornélio Campina. Estes são apenas três arquétipos do patrimônio imaterial da nação natalense.



Aliás, a cultura popular foi estudada, a fundo, pelo mestre Câmara Cascudo - o renovador do folclore brasileiro - e seus discípulos Veríssimo de Melo e Deífilo Gurgel, que fizeram da vida profissão de fé na defesa e na divulgação das nossas tradições populares. Nas artes plásticas, merecem louros e loas os artistas Newton Navarro - nosso representante da Escola de Paris -, Leopoldo Nelson e Dorian Gray, continuador do legado de Navarro. Louve-se, também, o pioneiro da arte cinética no Brasil, o misto de artista e inventor, Abraham Palatnik.

A alegria contagiante da nossa gente é embalada pelo samba de Roberta Sá, pela flauta mágica de Carlos Zens, pelo cantor Leno e pelo eclético Isaque Galvão. O romantismo contagiante do cantor Gilliard e da "rouxinol" Glorinha Oliveira também dão o tom maior da música potiguar. Todos esses talentos são "abençoados" por Othoniel Menezes e Eduardo Moreira, autores de "Praieira", hino informal da cidade.

Na arte teatral, o grupo Clowns de Shakespeare é referência no país. Não se pode esquecer também o trabalho consistente do Alegria, Alegria e do Grupo Estandarte de Teatro.



O balé da bola também se fez poesia nos pés de Marinho Chagas e nas mãos certeiras de Virna Dantas. Os pés ligeiros de Magnólia Figueiredo transformaram a nossa velocista em mina de ouro, prata e bronze. Por toda essa riqueza esportiva, artística e diversidade cultural, Natal enleva o espírito humano na grande viagem do homem em busca do conhecimento de si mesmo e de seu semelhante

Leia mais no http://narizdedefunto.blogspot.com/

Nenhum comentário:

Postar um comentário