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A poesia é liberta, não tem senhores; é sozinha, ao mesmo tempo multidão. Seu canal é o poeta, por onde passa, arrastando veias, fígado, mãos, olhos, coração.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

BALADA DA CIDADE NEGRA

Autor: Franklin Mário
Intérprete no MPBeco 2010: Donizete Lima e A Confraria do Cálice Profano

Sinto que a cidade nos espera
Com suas ruas loucas
Com suas luzes poucas
Com suas bocas prontas
Pra nos engolir

Quando o que há de ser
De mim já era
Quando eu quebro a louça
Quando eu rasgo a roupa
Quando lembro
Que nada lhe prometi

O breu que esconde a Lua
Nos convida pra sair
Se já não sei qual é a sua
É sinal que já não sei nada de mim
O som dessas canções
É o que me basta pra dormir
As minhas conclusões de nada valem
Então, o que é que eu vim fazer aqui?

Sinto que a cidade nos devora
Filas de cinema
Sempre a mesma cena
O mesmo poema
Pronto pra repetir

Medos que pensei ter e agora
Entram por antenas
De vidas pequenas
Que a cidade escolheu pra colorir

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